quarta-feira, 18 de junho de 2014

Há alguns anos, afirmar que existia uma vinculação direta entre o humor e a boa saúde era quase uma heresia para a ciência. Hoje, a medicina em geral e a psiquiatria, em particular, estudam muito a importância do bom humor, dos bons sentimentos e dos pensamentos positivos na qualidade de vida e saúde global da pessoa. Sobretudo, na prevenção de doenças graves, entre as quais o câncer e as cardiovasculares.
Afortunadamente, salvo infelizes exceções, já não existe dúvida nenhuma sobre a relação estreita entre o estresse, seja ele físico ou emocional, e a saúde, incluindo o sistema imunológico e o desenvolvimento de alguns tipos de câncer.
A psiconeuroimunologia é uma nova especialidade da medicina que estuda a maneira pela qual as emoções influem no sistema imunológico das pessoas. É o estudo dos mecanismos de interação e comunicação entre a mente os 3 sistemas responsáveis por manter o organismo equilibrado: nervoso, imunológico e hormonal.
Segundo as descobertas, os acontecimentos estressantes processados através do sistema de crenças e valores de cada indivíduo, podem originar sentimentos e pensamentos negativos como: cólera, raiva, depressão, desesperança e desânimo. As pessoas com esse perfil, podem ser consideradas possuidoras de índice emocional negativo.
Um recente estudo mostrou os efeitos animadores de programas que estimulam o Riso e o Bom Humor na atividade das defesas imunológicas, ao mesmo tempo em que os estados emocionais depressivos e negativos regridem.
Em paralelo, cardiologistas, oncologistas e psiquiatras que acompanham estes quadros, já conseguiram traçar os perfis das pessoas com propensão a desenvolver estas síndromes.
Nos propensos a cardiopatias temos um complexo ação/emoção caracterizado por uma luta contínua, crônica e incessante na tentativa de atingir metas em menos tempo, abrigando uma hostilidade dissimulada e constante. Alto grau de aborrecimento, irritação, rancor e impaciência, com sentimentos que podem ser considerados índice emocional negativo.
No grupo de propensos ao câncer temos: personalidade com traços de negação das experiências mais traumáticas, supressão das emoções e tendência à raiva, momentos de amabilidade excessiva, porém às vezes contrariada, não reconhecimento dos conflitos, aspiração social exagerada, comportamento forçosamente harmonioso, paciência desmedida mas dissimulada, racionalidade contundente e um rígido controle da expressão emocional. Essas pessoas costumam ser verdadeiramente pseudo-bem-humoradas. Assim, o uso excessivo da negação e da repressão (mecanismos de defesa), bom como a dissimulação dos sentimentos, são importantes fatores ligados ao desenvolvimento tumoral.
Mas, quando se fala em risos e gargalhadas, não estamos falando da pessoa que conta anedotas e ri à toa, que normalmente trata-se de um condicionamento social. O bom humor, na verdade, diz respeito a “rir-se” das coisas do cotidiano. Das incongruências do dia a dia, da comédia da vida diária, das brigas, dos pequenos problemas da rotina diária e, até mesmo, dos tempos difíceis que passamos.
Fazer piada de tudo (observe o bom senso), é muito mais eficiente que assistir um show de humorismo sofisticado, onde disputamos uma vaga aos berros para estacionar. Trata-se de levar uma vida de forma mais leve, sem grandes apegos ou valores desmedidos. Mesmo diante de um trabalho mais sério, sempre criar situações e soluções que contenham com freqüência um prisma de alegria, um desfrutar em tudo o que fazemos.
E cada vez mais a Terapia do Riso tem sido objeto de estudos, por se tratar da expressão mais explícita do bom humor e do positivismo. Segundo pesquisas, o riso tem importante papel na redução dos hormônios envolvidos na fisiologia do estresse, melhorando a imunidade e reduzindo a pressão do sangue.
As pessoas que sabem se divertir e rir são geralmente mais saudáveis e mais capazes de sair de situações de estresse com mais facilidade. A redução da liberação dos cortisóis e da adrenalina (hormônios do estresse e do envelhecimento precoce) é totalmente desejável, já que como se sabe, seu excesso desencadeia o desenvolvimento de infecções e doenças.
O que você está esperando para começar a praticar a Terapia do Riso?

Conceição Trucom é química, cientista, palestrante e escritora sobre temas voltados para o bem-estar e qualidade de vida.
achei o artigo excelente